TÍTULO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA:
"Mistérios da Selva: Aventuras pelas Lendas da Amazônia"
🌿 AULA 1: O ENCANTO DA VITÓRIA-RÉGIA
🎯 Objetivo:
Compreender a lenda da Vitória-Régia, identificando seus elementos narrativos e relacionando-os com aspectos da cultura amazônica e valores simbólicos.
📚 Conteúdo:
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Gênero textual: Lenda
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Elementos da narrativa: personagens, tempo, espaço, conflito, desfecho
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Interpretação de texto
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Cultura amazônica
🧠 Metodologia:
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Roda de conversa inicial: “O que você sabe sobre as lendas da Amazônia?”
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Leitura coletiva da lenda da Vitória-Régia em voz alta (professor e alunos revezando).
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Discussão oral sobre o enredo, os personagens e o significado simbólico da planta.
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Resolução das questões interpretativas em duplas.
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Produção de ilustrações sobre a história.
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Apresentação das interpretações dos grupos.
✅ Avaliação:
A avaliação será diagnóstica e formativa, por meio da observação da participação nas discussões, da resolução correta das questões interpretativas e da oralidade durante as apresentações.
📖 Lenda da Amazônia: Vitória-Régia (12 parágrafos grandes)
Em uma tribo amazônica há muito tempo, havia uma bela jovem chamada Naiá. Desde pequena, ela sonhava em se tornar uma estrela no céu. Toda noite, observava o firmamento e imaginava como seria fazer parte daquelas luzes cintilantes que encantavam os olhos dos pajés e das crianças ao redor da fogueira.
Naiá ouvia com fascínio as histórias contadas pelos mais velhos. Eles diziam que as estrelas eram, na verdade, espíritos de jovens corajosas que haviam sido escolhidas pelos deuses para viver no céu. A cada nova história, seu desejo crescia: ela queria, mais do que tudo, brilhar no céu noturno.
A moça passou a rejeitar todos os pretendentes de sua aldeia. Dizia que seu coração já estava comprometido com as estrelas. Tornou-se solitária, vivendo em função dos sonhos. À noite, caminhava pelas margens do rio e se deitava no chão para observar o céu até pegar no sono.
Certa vez, em uma dessas andanças, Naiá avistou no reflexo da água uma estrela brilhante. Pensou que era um sinal dos deuses. Encantada, ela se aproximou e tentou tocar aquela luz que reluzia na superfície tranquila do rio.
Enlouquecida pelo desejo de se transformar em estrela, Naiá mergulhou nas águas profundas, acreditando que seria levada ao céu. O tempo passou, e seu corpo nunca foi encontrado. Os moradores da tribo choraram sua ausência, mas o pajé sabia que algo mágico havia acontecido.
Na noite seguinte, uma flor diferente surgiu sobre as águas do rio. Era enorme, com pétalas brancas e rosadas, boiando serena. O pajé então anunciou: “Os deuses atenderam ao desejo de Naiá. Ela virou estrela, mas não no céu... tornou-se a estrela das águas.”
Aquela flor foi batizada de Vitória-Régia, em homenagem à coragem e ao sonho de Naiá. Desde então, diz-se que todas as moças que sonham com algo impossível têm um pouco do espírito dela em seus corações.
A Vitória-Régia é sagrada para muitos povos amazônicos. Sua presença nas águas é sinal de força e beleza, e sua lenda é passada de geração em geração nas noites em volta da fogueira.
Algumas versões da lenda dizem que, ao amanhecer, se você olhar bem no centro da flor, poderá ver o brilho do espírito de Naiá. É por isso que a flor tem um brilho especial quando tocada pela luz do sol.
Outras versões contam que Naiá canta suavemente durante a noite, em forma de brisa que passa por entre as folhas das árvores e sobre a pele dos ribeirinhos.
A lenda da Vitória-Régia não fala apenas de uma jovem que queria ser estrela. Fala sobre sonhos, sacrifícios, desejos profundos e a conexão do ser humano com a natureza e os deuses.
Assim, quando você vir uma Vitória-Régia em um lago calmo da Amazônia, lembre-se que ali vive um sonho que virou flor. E que as águas carregam histórias tão antigas quanto a floresta que as cerca.
❓ 10 Questões interpretativas com alternativas
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O que motivava Naiá a sonhar com as estrelas?
A) Seu medo dos rios.
B) O desejo de se casar com um guerreiro.
C) As histórias contadas pelos pajés.
D) O reflexo da lua nas águas. -
Por que Naiá rejeitava os pretendentes?
A) Porque era muito tímida.
B) Porque queria se tornar pajé.
C) Porque desejava viver no céu.
D) Porque estava prometida a outro. -
O que Naiá viu no reflexo da água?
A) A sombra de uma árvore.
B) A imagem de um guerreiro.
C) A estrela que desejava alcançar.
D) Um animal sagrado. -
Qual foi a atitude de Naiá ao ver a estrela refletida?
A) Contou para o pajé.
B) Pediu ajuda para a tribo.
C) Tentou tocar e mergulhou.
D) Chorou e voltou para casa. -
O que simboliza a flor Vitória-Régia na lenda?
A) A beleza da mata.
B) O espírito de Naiá transformado.
C) Um castigo dos deuses.
D) Um presente dos pescadores. -
Como a tribo reagiu ao desaparecimento de Naiá?
A) Ficaram indiferentes.
B) Fizeram uma festa.
C) Choraram sua ausência.
D) Saíram em guerra. -
O que o pajé disse ao ver a flor?
A) Que Naiá estava viva.
B) Que era uma planta comum.
C) Que ela virou estrela das águas.
D) Que a flor era venenosa. -
O que a lenda ensina às crianças da tribo?
A) Que não se deve andar à noite.
B) Que os rios são perigosos.
C) Que sonhar é bonito, mesmo que arriscado.
D) Que as estrelas são flores. -
Qual é a importância da Vitória-Régia para os povos da floresta?
A) É uma planta venenosa.
B) Serve para construir canoas.
C) É símbolo sagrado e cultural.
D) É usada para pintar o rosto. -
Que tipo de texto é esse?
A) Biografia
B) Notícia
C) Lenda
D) Fábula
🌿 AULA 2: O GUARDIÃO DOS BICHOS – A LENDA DO CURUPIRA
🎯 Objetivo:
Interpretar a lenda do Curupira, identificando seu papel como protetor da floresta e relacionando os elementos simbólicos da narrativa à preservação ambiental.
📚 Conteúdo:
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Gênero textual: Lenda amazônica
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Elementos da narrativa: personagem mítico, conflito e moral
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Preservação da natureza
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Interpretação textual
🧠 Metodologia:
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Apresentação oral com imagem do personagem Curupira.
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Leitura expressiva do texto (com turnos de leitura).
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Diálogo sobre as atitudes humanas que ameaçam a floresta.
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Atividade em grupo: criar cartazes com mensagens de proteção ao meio ambiente inspiradas na lenda.
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Resolução das questões de interpretação.
✅ Avaliação:
Será realizada por meio da participação nas discussões, clareza nas produções dos cartazes e desempenho nas questões interpretativas.
📖 Lenda da Amazônia: O Curupira (12 parágrafos grandes)
Em meio à floresta fechada da Amazônia, onde a luz do sol mal toca o chão coberto de folhas, dizem que vive uma criatura misteriosa e protetora: o Curupira. Seus cabelos são cor de fogo, seus olhos brilham como brasas e seus pés... são virados para trás.
Os velhos da tribo contam que o Curupira é o guardião da mata. Ele protege os animais, cuida das árvores antigas e persegue aqueles que entram na floresta com más intenções. Caçadores que caçam além do necessário, madeireiros que derrubam árvores sagradas — todos precisam tomar cuidado.
Com seus pés ao contrário, o Curupira confunde qualquer um que tente segui-lo. As pegadas indicam que ele foi para um lado, quando na verdade foi para o outro. Assim, os invasores se perdem e nunca mais encontram o caminho de volta.
Dizem que ele assobia alto, com um som agudo que faz doer os ouvidos. Quem ouve, sente um calafrio na espinha e um medo sem explicação. O assobio do Curupira é o aviso: “Pare agora ou será punido!”
Uma vez, um caçador chamado Arlindo desafiou os avisos e entrou mata adentro com sua espingarda e armadilhas. Queria capturar uma onça para vender sua pele. Mesmo sabendo das histórias, riu dos conselhos e seguiu seu caminho.
Durante a caminhada, ouviu o assobio. Ignorou. Viu pegadas estranhas e zombou. Mas, de repente, começou a andar em círculos. A floresta parecia girar, o dia virou noite e os sons da mata ficaram assustadores. Arlindo tentou voltar, mas o caminho havia sumido.
Por três dias, andou perdido. Gritou, chorou e pediu perdão. No quarto dia, acordou na beira da aldeia, sujo, cansado e sem armas. Desde então, nunca mais pisou na mata sem oferecer um pedido de respeito ao Curupira.
A lenda diz que o Curupira não é malvado. Ele apenas protege o que é sagrado: os animais, os rios, as plantas e os espíritos da floresta. Se você respeitar, ele te deixa passar. Mas se for ganancioso, sofrerá as consequências.
Alguns dizem que o Curupira aparece para crianças que jogam lixo na trilha. Outros afirmam que ele aparece em sonhos, ensinando lições sobre a natureza. Uma coisa é certa: onde há desrespeito, há rastros de pés ao contrário.
Em festas da floresta, o Curupira observa escondido. Gosta de ver a alegria das tribos, as danças, os cantos. Mas nunca revela seu rosto. É um espírito livre, ligado à mata desde os primeiros tempos.
Os pajés dizem que o Curupira é um espírito antigo. Não nasceu como homem nem bicho. Ele é a força da mata, um mistério que ensina respeito. Não se vê, mas se sente. E todos os que entram na floresta precisam saber disso.
Por isso, toda criança que cresce na Amazônia escuta a lenda do Curupira. Porque respeitar a floresta é respeitar a vida — e o Curupira é seu guardião eterno.
❓ 10 Questões interpretativas com alternativas
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Quem é o Curupira, segundo a lenda?
A) Um caçador antigo.
B) Um espírito que protege a floresta.
C) Um bicho encantado.
D) Um morador da cidade. -
Qual característica marcante o Curupira possui?
A) Uma espada mágica.
B) Olhos azuis.
C) Pés virados para trás.
D) Mãos com garras. -
Qual é a principal função do Curupira na floresta?
A) Caçar animais.
B) Derrubar árvores.
C) Proteger a natureza.
D) Cultivar plantações. -
O que acontece com quem desrespeita a floresta?
A) É levado para a aldeia.
B) Ganha um presente.
C) Fica perdido e sofre castigos.
D) Vira animal. -
O que o assobio do Curupira representa?
A) Um chamado de amizade.
B) Um aviso de perigo.
C) Um canto para os pássaros.
D) Um som de brincadeira. -
Por que o caçador Arlindo se perdeu?
A) Porque estava com medo.
B) Porque o Curupira o enganou com pegadas.
C) Porque ficou doente.
D) Porque não sabia o caminho. -
O que Arlindo aprendeu depois da experiência?
A) Que pode caçar sem problemas.
B) Que deve cortar árvores grandes.
C) Que deve respeitar a mata.
D) Que o Curupira é um mito sem sentido. -
Como o Curupira confunde os invasores?
A) Apagando as trilhas.
B) Escondendo o sol.
C) Colocando fogo na mata.
D) Deixando pegadas ao contrário. -
O que os pajés dizem sobre o Curupira?
A) Que ele é apenas um animal.
B) Que é um espírito antigo ligado à mata.
C) Que é um guerreiro da tribo.
D) Que vive em uma aldeia escondida. -
Qual mensagem principal a lenda transmite?
A) Quem entra na mata deve correr.
B) O Curupira é malvado.
C) A natureza deve ser temida.
D) A floresta deve ser respeitada.
🌿 AULA 3: O MAPINGUARI – O GIGANTE DA SELVA ENCANTADA
🎯 Objetivo:
Explorar a lenda do Mapinguari, reconhecendo seus elementos fantásticos, refletindo sobre o medo e o respeito à floresta, e estimulando a imaginação e a interpretação de textos literários amazônicos.
📚 Conteúdo:
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Gênero textual: Lenda
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Interpretação de texto narrativo
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Personagens fantásticos do folclore amazônico
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Cultura oral e imaginário popular
🧠 Metodologia:
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Leitura prévia do título e levantamento de hipóteses: "O que você imagina que seja um Mapinguari?"
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Leitura dramatizada da lenda, com vozes diferentes para cada parágrafo.
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Atividade coletiva: montar no quadro as características do personagem mitológico.
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Discussão sobre o medo e o respeito à floresta.
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Resolução das questões interpretativas individualmente.
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Ilustração livre do Mapinguari pelos alunos.
✅ Avaliação:
A avaliação será feita por meio da análise das respostas das questões interpretativas, da participação nas discussões e da criatividade na ilustração do personagem.
📖 Lenda da Amazônia: Mapinguari – O Gigante da Selva Encantada (12 parágrafos grandes)
Em meio às matas mais profundas da Amazônia, vive, segundo os antigos, uma criatura enorme, assustadora e quase impossível de ser derrotada. Seu nome é Mapinguari. Alguns dizem que ele é um monstro, outros acreditam que foi um homem transformado por castigo da natureza.
O Mapinguari é descrito como uma criatura peluda, com corpo coberto por pelos vermelhos e grossos como cipós, um olho só no meio da testa e uma enorme boca na barriga. Seu cheiro é tão forte que pode fazer uma pessoa desmaiar só de chegar perto.
Ninguém sabe ao certo de onde ele veio. Alguns pajés contam que ele já foi um curandeiro muito sábio que desrespeitou os espíritos da floresta e, por isso, foi transformado em monstro. Agora, vaga pela mata, assustando quem entra nela sem permissão.
O Mapinguari caminha com passos pesados, fazendo o chão tremer. Quando se aproxima, os galhos se partem, os pássaros voam em silêncio e os animais se escondem. Sua presença é sinal de que algo está errado.
Caçadores que se arriscam demais são os primeiros a encontrá-lo. Muitos voltam correndo, outros desaparecem. Aqueles que retornam contam que ouviram grunhidos, sentiram o fedor insuportável e viram os galhos se abrindo para uma sombra gigantesca.
Apesar do medo que causa, o Mapinguari não é exatamente mal. Ele protege o coração da floresta. Se você entra com respeito, nada acontece. Mas se vier com ambição e crueldade, ele virá atrás de você.
Alguns dizem que o Mapinguari tem poderes mágicos: pode desaparecer, atravessar rios sem afundar, e até hipnotizar os desavisados com o som de sua respiração pesada. Por isso, muitos que o veem não conseguem mais se mover.
Uma família de seringueiros certa vez acampou onde não devia. À noite, ouviram o barulho de árvores caindo. O pai foi verificar e não voltou. A mãe, desesperada, pegou os filhos e correu para o barco. Nunca mais voltaram àquela região.
Os índios que vivem perto dos rios evitam pronunciar seu nome. Dizem que só de falar "Mapinguari" alto demais ele pode ouvir. Por isso, usam apelidos como “O Guardião Peludo” ou “O Grande Fedorento”.
A ciência moderna nunca provou sua existência. Mas os habitantes da floresta acreditam. Porque a floresta é cheia de mistérios, e não é tudo que os olhos veem que deve ser tocado ou desafiado.
Para muitos, o Mapinguari é um lembrete: a floresta tem vida, vontade e voz. E quando não é respeitada, ela responde. Ele é o símbolo do castigo para os desrespeitosos e do medo necessário para proteger o que é sagrado.
Assim, toda criança que cresce na beira do rio aprende: nunca entre na mata sozinho, nunca grite sem motivo e nunca se ache maior do que a floresta. Porque o Mapinguari pode estar ouvindo.
❓ 10 Questões interpretativas com alternativas
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O que é o Mapinguari, segundo a lenda?
A) Um animal comum da floresta.
B) Um monstro que protege a mata.
C) Um espírito do rio.
D) Um antigo caçador encantado. -
Qual é uma das características físicas do Mapinguari?
A) Três olhos e duas bocas.
B) Pés virados para trás.
C) Olhos vermelhos e uma boca na barriga.
D) Orelhas enormes e dentes de ouro. -
Por que dizem que ele exala um cheiro muito forte?
A) Para assustar os caçadores.
B) Porque vive perto de pântanos.
C) Para desmaiar invasores.
D) Para proteger os rios. -
O que acontece quando o Mapinguari se aproxima?
A) As flores desabrocham.
B) Os rios secam.
C) Os animais fogem e a mata silencia.
D) A mata fica mais verde. -
Qual foi a origem do Mapinguari, segundo uma versão da lenda?
A) Era um guerreiro que perdeu uma batalha.
B) Era um pajé que virou animal.
C) Era um curandeiro que desrespeitou os espíritos.
D) Era um espírito da água. -
O que ele faz com os desrespeitosos?
A) Ignora completamente.
B) Dá um aviso e os deixa passar.
C) Faz desaparecerem ou os assusta.
D) Ensina lições de cura. -
Como os povos da floresta lidam com a lenda?
A) Usam o nome em canções.
B) Evitam falar seu nome diretamente.
C) Pintam murais em sua homenagem.
D) Procuram por ele com frequência. -
Qual foi a reação da família de seringueiros?
A) Voltaram para caçar o monstro.
B) Fugiram com medo e nunca mais voltaram.
C) Se esconderam em árvores.
D) Ofereceram comida ao Mapinguari. -
O que simboliza o Mapinguari na lenda?
A) A raiva dos caçadores.
B) A magia dos rios.
C) O castigo pelo desrespeito à floresta.
D) A diversão da mata. -
Qual é a mensagem principal da história?
A) É preciso conquistar a floresta.
B) A mata é perigosa e deve ser evitada.
C) A floresta deve ser respeitada e protegida.
D) O Mapinguari é apenas uma invenção sem sentido.
🌿 AULA 4: O CANTO ENCANTADO DE IARA
🎯 Objetivo:
Conhecer e interpretar a lenda da Iara, identificando seus elementos simbólicos, o papel da mulher na mitologia amazônica e a relação entre os seres encantados e os rios da floresta.
📚 Conteúdo:
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Gênero textual: Lenda
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Personagem mítica feminina
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Interpretação textual e simbólica
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Representações da natureza nas lendas amazônicas
🧠 Metodologia:
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Roda de conversa: “Você já ouviu falar em sereias? Elas existem na floresta?”
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Leitura dramatizada da lenda da Iara com ambientação sonora (áudio de água corrente, cantos).
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Análise coletiva do texto com ênfase no simbolismo da personagem.
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Produção de um texto curto sobre "O que você faria se ouvisse o canto da Iara?"
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Resolução das questões interpretativas e criação de um desenho da personagem.
✅ Avaliação:
A avaliação será feita com base na qualidade das respostas escritas, participação nas discussões e expressão criativa na produção textual e artística.
📖 Lenda da Amazônia: Iara – A Mãe-d’Água (12 parágrafos grandes)
Nos rios calmos e profundos da Amazônia, onde o reflexo da lua dança nas águas escuras, mora uma entidade encantadora e misteriosa chamada Iara. Dizem que ela é metade mulher, metade peixe, com longos cabelos negros que flutuam na água como serpentes de seda.
Iara é conhecida como a Mãe-d’Água. Seu canto é doce como o som de um pássaro raro. Dizem que, quando entoa sua melodia ao pôr do sol, ninguém consegue resistir. Pescadores, viajantes e até guerreiros param para ouvir, hipnotizados.
Conta-se que Iara já foi uma índia guerreira, valente e admirada por todos na tribo. Lutava como os homens, caçava, pescava, liderava. Mas sua coragem incomodava. Os próprios irmãos, tomados pelo ciúme, tentaram tirar sua vida durante uma emboscada.
Mas Iara era ágil. Defendeu-se e, sem querer, feriu um deles. Fugiu para o rio com medo da punição dos anciãos. Chorou, pediu perdão aos espíritos da floresta, e então... algo mágico aconteceu. A lua a cobriu com luz e a transformou em um ser encantado.
Desde aquele dia, Iara vive nos rios. Protege os peixes, acalma os jacarés, desvia canoas em perigo e encanta os que estão tristes. Mas também pune aqueles que destroem o rio, que poluem suas águas ou caçam por crueldade.
Quem a ouve e não respeita seu aviso pode desaparecer para sempre, levado pelas águas. Mas quem a trata com reverência, ela guia de volta para casa são e salvo, deixando como presente um colar feito de conchas ou uma flor flutuante.
Dizem que, em noites muito silenciosas, se você estiver em um barco e ouvir um canto distante, não deve responder. É Iara testando seu coração. Se for puro, você será protegido. Se for vaidoso, ela o levará para o fundo do rio.
Os mais antigos contam que alguns homens voltaram, mas nunca foram os mesmos. Ficam calados, com o olhar perdido, como se uma parte deles ainda estivesse nas profundezas, junto com o mistério de Iara.
As mulheres da tribo ensinam às crianças que Iara é uma guardiã. Não é má nem boa — apenas justa. Cuida dos rios como uma mãe cuida de seus filhos. E como toda mãe, protege com carinho e firmeza.
Alguns pescadores ainda deixam oferendas às margens do rio: pulseiras, frutas, flores. Esperam, em troca, uma boa pescaria e proteção contra as tempestades. Outros nem ousam pronunciar seu nome — dizem que só de falar, ela pode ouvir.
Para os povos da floresta, Iara representa a beleza, a força e o mistério da água. Seu rosto muda com as marés e sua história muda com cada geração, mas o encanto permanece.
Por isso, ao navegar pelos rios da Amazônia, respeite as águas. Nunca ria de quem fala da Iara, pois quem ri pode ouvir o canto... e nunca mais voltar.
❓ 10 Questões interpretativas com alternativas
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Quem é Iara na lenda?
A) Uma sereia que vive no mar.
B) Uma guerreira da cidade.
C) Uma mulher encantada que vive nos rios.
D) Uma curandeira da floresta. -
Qual é a origem da Iara, segundo a história?
A) Sempre foi um espírito das águas.
B) Era uma guerreira humana que virou entidade.
C) Foi filha de um deus.
D) Era um peixe que virou mulher. -
O que causou a transformação de Iara?
A) Um raio de sol.
B) Uma tempestade.
C) Um ataque dos irmãos e seu pedido aos deuses.
D) Um castigo por ter fugido. -
Como é descrito o canto de Iara?
A) Forte como um trovão.
B) Rápido e assustador.
C) Doce e hipnotizante.
D) Alto e confuso. -
O que acontece com quem ouve o canto e não respeita?
A) Ganha um presente.
B) Vira peixe.
C) Se perde para sempre.
D) Recebe conselhos. -
Que tipo de pessoas Iara costuma punir?
A) Crianças desobedientes.
B) Mulheres da aldeia.
C) Quem destrói ou polui os rios.
D) Quem pesca de noite. -
Qual o presente que Iara pode deixar para quem respeita o rio?
A) Uma concha encantada.
B) Um colar ou uma flor.
C) Um mapa do rio.
D) Um peixe dourado. -
O que simboliza a personagem Iara?
A) O medo das águas.
B) A raiva da floresta.
C) A justiça e o mistério dos rios.
D) A guerra entre tribos. -
O que os antigos ensinam sobre ela?
A) Que deve ser esquecida.
B) Que é perigosa e malvada.
C) Que cuida dos rios como uma mãe.
D) Que vive nos céus. -
Qual é a principal mensagem da lenda?
A) Não se deve sair à noite.
B) Nunca se deve entrar em barcos.
C) Respeite as águas e seus mistérios.
D) O rio é apenas para os pescadores.
🌿 AULA 5: O ENCANTADOR DAS FESTAS – A LENDA DO BOTO-COR-DE-ROSA
🎯 Objetivo:
Interpretar a lenda do Boto-cor-de-Rosa, identificando elementos simbólicos da narrativa e discutindo a relação entre o imaginário popular e o cotidiano das populações ribeirinhas da Amazônia.
📚 Conteúdo:
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Gênero textual: Lenda
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Personagem encantado dos rios
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Interpretação de textos folclóricos
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Relação entre cultura, tradição oral e cotidiano
🧠 Metodologia:
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Apresentação de imagens reais e artísticas do boto-cor-de-rosa.
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Leitura expressiva da lenda com ênfase na dramatização.
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Debate em sala: "Por que as lendas criam explicações para acontecimentos da vida?"
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Dinâmica em grupo: reescrever a lenda em forma de história em quadrinhos.
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Resolução das questões interpretativas individualmente.
✅ Avaliação:
A avaliação será feita por meio da participação no debate, criatividade na criação das HQs e desempenho nas questões interpretativas.
📖 Lenda da Amazônia: O Boto-cor-de-Rosa (12 parágrafos grandes)
Às margens dos rios amazônicos, quando chega a época das festas juninas, um mistério volta a circular entre os moradores: o surgimento do Boto-cor-de-Rosa. Um ser encantado, bonito, galanteador, que aparece sempre vestido de branco e usando um chapéu para esconder um segredo.
Dizem que o boto é, na verdade, um ser mágico. Durante o dia, nada pelos rios e brinca entre os peixes. Mas à noite, em noites de lua cheia, ele se transforma em homem para ir às festas das vilas ribeirinhas.
Ninguém o conhece de verdade. Ele chega sorrindo, dança com todas as moças, elogia as mais tímidas, encanta as mais bravas. Mas nunca tira o chapéu. Dizem que, sob ele, há um buraco por onde se vê o focinho de boto que ele tenta esconder.
As moças ficam enfeitiçadas. Algumas afirmam que os olhos dele brilham como os reflexos da lua na água. Outras dizem que sua voz é suave como o balanço do rio, e seu cheiro lembra folhas e flores molhadas pela chuva.
A lenda conta que ele seduz as moças mais jovens e depois desaparece misteriosamente ao amanhecer, voltando às águas profundas. Muitas que dançaram com ele afirmam que, após a festa, ele sumiu sem deixar rastros.
Por isso, quando uma moça aparece grávida sem dizer quem é o pai, o povo logo diz: “Foi o boto!” E ninguém mais pergunta. Essa história, passada de geração em geração, tornou-se uma forma de explicar o inexplicável.
Os antigos dizem que o boto não faz mal às moças que são sinceras e bondosas. Mas que ele testa aquelas que zombam das águas e da floresta. Com essas, desaparece e as deixa confusas, como se tivessem sonhado.
Há quem diga que o boto ainda aparece, principalmente quando as pessoas estão alegres, distraídas, com o coração aberto. Por isso, nas festas à beira do rio, os mais velhos ainda vigiam as moças e avisam: “Cuidado com o homem do chapéu!”
Outros contam que o boto é protetor das águas doces e que seduz para ensinar uma lição: que o amor deve ser verdadeiro e que os sentimentos não podem ser usados como brincadeira.
Ele também é visto como símbolo da fertilidade e da beleza amazônica. Suas cores, seu mistério e seu jeito encantador fazem parte das lendas e das canções que embalam a infância dos povos da floresta.
Para os povos ribeirinhos, o boto representa o mistério das águas que escondem mais do que mostram. É parte do imaginário que mistura realidade, fantasia e ensinamento.
E assim, em cada festa à beira do rio, enquanto o som do carimbó ou da sanfona embala os passos, ainda se pergunta em sussurro: “Será que aquele homem bonito... é o boto?”
❓ 10 Questões interpretativas com alternativas
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Quem é o Boto-cor-de-Rosa na lenda?
A) Um pescador disfarçado.
B) Um espírito da floresta.
C) Um boto encantado que vira homem.
D) Um guerreiro indígena. -
Qual a característica física que o boto esconde?
A) Um olho brilhante.
B) Um buraco onde está o focinho de boto.
C) Uma cicatriz de guerra.
D) Um espelho mágico. -
Quando o boto aparece segundo a lenda?
A) Em dias de tempestade.
B) Durante a tarde.
C) À noite, nas festas.
D) Apenas no mês de agosto. -
O que o boto faz nas festas?
A) Briga com os homens da vila.
B) Ensina danças tradicionais.
C) Enfeitiça e dança com as moças.
D) Toca instrumentos e canta. -
Por que a lenda diz que algumas moças engravidam do boto?
A) Porque ele as obriga.
B) Para explicar gestações sem pai conhecido.
C) Porque ele é um deus do amor.
D) Porque elas fazem promessas. -
Qual é o significado simbólico do boto na cultura amazônica?
A) Representa a pesca e o comércio.
B) É símbolo de medo e castigo.
C) Representa o mistério, o amor e a fertilidade.
D) É apenas um animal curioso. -
Por que o boto nunca tira o chapéu?
A) Porque tem vergonha da careca.
B) Para esconder o buraco do focinho.
C) Porque é um ritual da aldeia.
D) Para parecer elegante. -
O que os mais velhos fazem nas festas?
A) Evitam dançar.
B) Proíbem os jovens de irem.
C) Vigiam as moças para protegê-las.
D) Contam piadas sobre o boto. -
Qual lição o boto ensina, segundo a lenda?
A) Que o amor deve ser respeitoso e verdadeiro.
B) Que não se deve dançar em festas.
C) Que todos devem se casar.
D) Que os rios são perigosos. -
Qual é o gênero textual da história do boto?
A) Poema.
B) Notícia.
C) Lenda.
D) Carta.
🌿 AULA 6: MATINTA PEREIRA – A MULHER QUE ASSOBIA NO ESCURO
🎯 Objetivo:
Conhecer a lenda da Matinta Pereira, desenvolvendo a habilidade de interpretar textos literários com elementos de mistério, além de discutir as funções das lendas como forma de controle social e transmissão de valores.
📚 Conteúdo:
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Gênero textual: Lenda
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Lenda de terror folclórico
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Interpretação textual com foco em personagens sombrios
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Cultura oral e medos coletivos
🧠 Metodologia:
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Leitura do título da lenda e debate inicial: “Você tem medo do escuro? Já ouviu algum assobio à noite?”
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Leitura compartilhada da lenda da Matinta Pereira em ambiente com pouca luz, para criar clima.
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Registro coletivo no quadro: “O que é real e o que é invenção nessa história?”
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Produção de pequenos relatos de medo inspirados na lenda (escrita criativa).
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Resolução das questões interpretativas.
✅ Avaliação:
A avaliação será feita com base na criatividade e coerência dos relatos escritos, na participação nas discussões e no desempenho nas questões interpretativas.
📖 Lenda da Amazônia: Matinta Pereira (12 parágrafos grandes)
Quando o sol se põe na floresta e a noite se espalha com seu silêncio espesso, um som conhecido pelos antigos moradores pode ser ouvido: um assobio fino, que começa longe e vai se aproximando aos poucos. É a Matinta Pereira que vem.
Matinta é descrita como uma velha de aparência assustadora, com os cabelos desgrenhados, roupas pretas e um olhar que ninguém consegue encarar. Dizem que ela aparece à noite, especialmente em casas onde as pessoas são maldosas ou fofoqueiras.
A história conta que Matinta já foi uma mulher comum, mas, por ter feito um pacto com espíritos sombrios, ganhou poderes para se transformar em pássaro e voar pelas noites, espalhando medo e cobrando promessas não cumpridas.
Quando ela passa assobiando, tudo para. Os cães se calam, os grilos somem, o vento para de soprar. Se alguém ousar perguntar "Quem está aí?", ela responde com voz rouca: “Me dá o que é meu...” e vai embora... até a próxima noite.
Muitos dizem que a Matinta bate à porta de manhã bem cedo, com cara de velhinha inofensiva, pedindo café, tabaco ou comida. Quem se nega, passa a ter noites assombradas, com batidas na janela, objetos caindo e, claro, o assobio.
Outras versões contam que, quando uma Matinta sente que vai morrer, precisa passar sua maldição para outra mulher. Diz apenas: “Queres?” e, se a pessoa responder "quero", a maldição se transfere, e a nova Matinta nasce.
Os mais velhos juram que ela não gosta de crianças, pois elas conseguem perceber sua presença mesmo quando está disfarçada. Por isso, dizem que se uma criança chorar sem razão à noite, pode ser porque Matinta está por perto.
Pajés e curandeiros dizem que ela é uma guardiã dos segredos. Protege as fronteiras entre o mundo visível e o invisível. Não é má por completo, mas pune aqueles que não cumprem a palavra, mentem ou vivem de enganar os outros.
Em algumas tribos, contam que Matinta aparece quando há muito conflito, brigas ou desunião na comunidade. Sua presença seria um alerta: “Unam-se ou a escuridão tomará conta.”
Há também quem diga que o assobio dela hipnotiza. Quem escuta por muito tempo fica parado, sem saber para onde ir, como se tivesse sido enfeitiçado por uma canção de vento.
Apesar de amedrontadora, Matinta faz parte do imaginário de muitos. Ensina que promessas têm valor, que o respeito deve ser praticado e que toda maldade tem retorno.
Por isso, ao ouvir um assobio no escuro, pense duas vezes antes de ignorar. Pode ser só o vento... ou pode ser ela, a Matinta Pereira, querendo cobrar o que é seu.
❓ 10 Questões interpretativas com alternativas
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Quem é a Matinta Pereira, segundo a lenda?
A) Uma curandeira da aldeia.
B) Uma entidade que assusta as pessoas à noite.
C) Uma senhora bondosa dos rios.
D) Uma moça encantada do céu. -
Qual som anuncia sua presença?
A) Um rugido forte.
B) Um canto de pássaro.
C) Um assobio fino e misterioso.
D) Um grito de socorro. -
O que acontece com quem nega algo à Matinta?
A) Recebe bênçãos.
B) É ignorado.
C) Tem noites perturbadas.
D) É transformado em animal. -
Qual frase ela diz quando vai passar sua maldição?
A) "Me dá o que é meu."
B) "Queres?"
C) "Fica comigo."
D) "Volto amanhã." -
Como a Matinta aparece de dia?
A) Como um pássaro negro.
B) Como um homem misterioso.
C) Como uma velhinha pedindo algo.
D) Como uma sombra sem rosto. -
Qual o papel simbólico da Matinta Pereira?
A) Ensinar a importância das amizades.
B) Mostrar a força dos guerreiros.
C) Ser guardiã dos segredos e punidora das mentiras.
D) Contar histórias para crianças. -
Por que as crianças percebem sua presença?
A) Porque são inocentes e sensíveis ao invisível.
B) Porque são barulhentas.
C) Porque ela gosta de assustá-las.
D) Porque ela só aparece nas escolas. -
O que representa o assobio da Matinta?
A) Um chamado para a dança.
B) Um aviso de tempestade.
C) Uma forma de pedir ajuda.
D) Um sinal de que algo está errado. -
O que acontece com quem escuta o assobio por muito tempo?
A) Fica paralisado, como hipnotizado.
B) Se torna amigo da Matinta.
C) Ganha poderes.
D) Sonha com o futuro. -
Qual a mensagem principal dessa lenda?
A) O amor pode vencer qualquer mal.
B) A floresta é um lugar seguro.
C) Devemos respeitar promessas e viver com verdade.
D) É melhor fugir do que enfrentar o medo.
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